
Bateu a mão na mesa e falou que nunca mais faria alarde de seus planos. Tinha vontade de pegar um avião e voar para "lugar nenhum", onde ninguém a conhecia, onde não pudesse ouvir nada além do vento soprando entre as árvores. Estava cansada de críticas, de opiniões intrometidoas, de discussões que não levavam ninguém a nada; estava farta de expor seus projetos com boa-vontade e sempre chegar um "José-sem-ideia" e copiar suas metas. Isso era chato e ela estava odiava isso! Ela queria se reinventar, queria ser reinventada, ser qualquer coisa, menos ser aquilo que era. Cordas ou lâminas jamais resolveriam seu problema: ela não ansiava por uma salvação repentina, e sim por uma saída que tornasse sua vida menos burocrática e menos dependente de um "departamento de boa-vontade-superior". Mas era muito nova para se julgar dona de seu próprio nariz e isso dificultava muito as coisas. Na falta de possibilidades, contou até dez, cerrou os punhos e bateu na mesa, dizendo em tom de promessa de que nunca mais faria alarde de seus planos.