sábado, 22 de agosto de 2009

A pergunta

Até que ela se perguntou: "o que eu estou fazendo aqui?". Uma série de coisas levaram uma mente tranquila e satisfeita a um processo de descontentamento: a distância da família, os excessos do trabalho, a saudade do namorado. Tudo isso fez com que aquela mulher centrada e rígida como diamante desabasse. A vida não estava como ela queria: muito trabalho e pouco dinheiro, muito amor pra dar, mas quem ela realmente amava não estava tão perto.
Havia um tempo, ela se mudara de sua pacata cidade natal em função de seu emprego; dormia bem, comia e se vestia como queria, saía sempre que desse vontade. Podia até dizer que estava muito feliz com a nova vida. Mas a sensação de que faltava alguma coisa sempre esteve lá dentro dela, algumas vezes mais à mostra, outras vezes mais camuflada pelos boas conversar com os amigos, mas sempre lá.
Quando não viajava para ver os pais, passava o dia inteiro em casa, comia pudim de leite condensado com a colher, outras vezes almoçava cenoura e alface pra compensar as calorias do doce. Mas nem nesses momentos em que sua única companhia era ela mesma, ela se deixava abalar: até então ela se dava bem com a distância.
Até encontrar o seu atual namorado, nunca teve problemas com pretendentes: era bonita e elegante e tinha na cabeça que muitos gostariam de estar ao lado dela. Quando um relacionamento mal-sucedido terminava, não chorava, apenas erguia a cabeça e fingia que nada havia acontecido, afinal de contas, ela não demoraria a encontrar um outro alguém.
Muitos namoros começaram e acabaram, muitas idas à sua cidade aconteceram, conseguiu achar um namorado com quem ter algo mais duradouro. Tudo parecia estar bem, como sempre esteve. Mas, por dentro, uma erosão pessoal começou; ela não demonstrava, logicamente, mas a cada dia ela se sentia pior. Já não via mais graça em devorar pudins, não tinha ânimo para viajar mais. E num dia feio e com cara de chuva, antes do anoitecer e depois de já ter andado de um lado para o outro dentro de casa, ela se pergntou: "o que eu estou fazendo aqui?". E tomou um monte de decisões: pediu transferência para sua cidade, esperou as férias e voltou pro aconchego de casa, voltou pra ficar com a sua gente, com quem ela conhecia, voltou pros braços do seu namorado, voltou pra tentar ser feliz.
E deve ter conseguido. Não se arrepende de ter ficado tão longe, não se arrepende por ter sentido saudade por tanto tempo; agora ela está de volta, pra recomeçar e ver as coisas com outros olhos.


sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Conto: Antes que as sombras voltem

Três horas da manhã. Ou talvez quase isso. Como em todas as últimas sete noites, meu sono foi interrompido mais uma vez. Não sei exatamente porquê, mas eu tenho sido acordada por barulhos estranhos que, como constatei, só eu escuto e por um frio intenso que só eu sinto.
Enquanto eu fico acordada e o resto do Ocidente dorme, olho pro teto, susurro algumas músicas antigas, viro de um lado para o outro da cama só na esperança de que o sono me tome de
volta. Tentativas em vão: quanto mais eu tento relaxar, mais meus olhos relutam em se fechar.
Até que resolvi esperá-la, ou melhor, esperá-las voltarem a surgir. Ao lado da minha cama dura até pra uma pedra, há uma janela; do tipo daquelas de filme de terror: divida em quatro quadrados por onde entra a sombra fantasmagórica de uma árvore. E junto com a sombra do pobre salgueiro-chorão, mais três silhuetas cruzam velozmente a parede do quarto. Da primeira vez, fingi que nem as vi e me cobri até a cabeça com o cobertor empoeirado. Na segunda vez, corri até ofegar pra ver quem estava tentando me colocar medo. Da terceira vez até a quinta, foi a mesma coisa: corria e quando eu achava que estar muito perto, elas desapareciam do nada. Até que ontem cheguei à conclusão de que devo ter ficado louca.
Bom, quem quer esteja tentando me amedrontar, já deve ter se dado conta de q
ue conseguiu e, por fim, desistiu. Até agora não vi mais nenhuma sombra comprida e torta passando pelo lado de fora desse dormitário velho. Mas ainda sinto muito frio, talvez mais do que nas outras noites.




domingo, 16 de agosto de 2009

Reflexões numa festa de aniversário...


Pois é, o tempo é algo muito supérfluo. Ontem eu fui ao aniversário da minha amiga e da irmã dela. A Mariana, a amiga, estava fazendo 17, e a irmã dela, 10 anos. Eu JURAVA que ela tava fazendo 9, porque ela tem uma cara de "super-novinha" e tal. Aí, eu e as minhas amigas (a Mariana e a Allyne) começamos a lembrar dos nossos tempos de infância, das festinhas de aniversário, da época que a gnt gostava do mesmo menino, mas uma não deixava de coversar com a outra por causa disso, dos nossos ataques de bubiça no meio da aula, das apaixonites agudas, dos grupinhos, das disputas pra ver qual caderno ficava no topo de cadernos da professora na hora do visto, entres outras coisinhas mais...
E, cara, parece que isso tudo foi ontem! Lembro de quando eu saía pra andar de bicicleta com as meninas da minha sala (OBS: as bicicletas eram iguais), de quando eu ficava morreeeeendo de tédio enquanto elas jogavam The Sims e eu tinha que ficar olhando; de tudo! De TUDO mesmo!
E enquanto a gente conversava, nós ficávamos falando que nós víamos nossas coisas de criança acontecendo com a Márcia (a aniversariante de 10 anos): o jeito de ficar com as amigas, o jeitinho de falar, a sensação de ser mais velha do realmente é, as caras e bocas de menina que já se acha moça. Tudo tão simples, mas que chama tanto a atenção...

Um dia desses minha mãe me disse: "uma vez que o tempo passa, mais perto a gente chega do nosso fim, menos coisas a gente pode recuperar". Sábias palavras da mamis. E realmente, depois dos 15, tudo passa fantasticamente, assustadoramente, repentinamente, intimidadoramente rápido. Você está com os olhos abertos e você tem 10 anos; você pisca e tem 16! Dá medo, ow!
Mas, deixando as lembranças de lado, toquemos no assunto das projeções. E a conversa tomou outro rumo: como que vc se imagina daqui a 10 anos? Como seria sua família? Como seria sua profissão? No final das contas, falaram que eu, sem perceber, me descrevia como uma mulher que vive nos EUA; descrevendo o típico modo das famílias de filme americano:


- morando numa casinha de estilo colonial, com telhadinho em forma de A;
- levando os filhos "perfeitos" pra escola, com direito a um beijinho de despedida antes de eles entrarem pelo portão da frente;

- chegar em casa e ser recebida pelo cachorro bobão;
- esperar o marido "perfeito" chegar do trabalho, te chamar de "querida" e se sentar com o resto da família à mesa pra jantar.

Só que também chegamos à conclusão: não dá pra fazer projeções do futuro. E, mais uma vez, eu senti medo...
A forma como a vida acontece, muitas vezes me assusta. Nunca nada é simples, todas as coisas são envoltas por uma aura muito grande de complexidade e mistério; tudo parece ser premeditado. Parece que o "curso natural" não tem nada de natural, que já foi feito há muito tempo, que nós não construímos nada à medida que caminhamos: só cumprimos o que já foi reservado pra nós. Parece que o passado nunca é distante, que ele sempre está nos cutucando com uma vara curta, seja através de uma aniversariante de 10 anos que age como eu agia com a mesma idade, seja através da notícia de que a nossa primeira professo
ra vai caminhar para um lugar um pouco mais longe. O passado está sempre ali. Já o futuro? Ha! Ele a Deus pertence, né? Só que ninguém é impedido de sonhar, ninguém é proibido de almejar e correr atrás pra tentar tapear o nosso "curso feito".
Realmente, é um tempo muito obscuro esse tal de futuro, mas enquanto algum tipo de luz não se acende, eu vou continuar me imaginando na minha casinha colonial, com a família perfeita, sabe-se lá onde! ;)




sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Livros + chocolates = motivo pra não sair de casa!



Como eu sempre faço quando eu estou de bobeira na net, hoje eu entrei no site das Americanas pra pesquisar alguns preços de livros, ver quais estavam na lista de pré-venda e criar a minha listinha de "Quais eu vou comprar este mês".
Pois bem! Até aqui nada de mais, apenas mais uma menina que se acha muito culta fazendo uma pesquisa por livros com a finalidade de ampliar o vocabulário e passar o tempo com alguma coisa que preste - ok, eu não precisava dar esse tipo de informação aqui. Procurei por títulos, autores, séries, até que, quando eu cliquei em cima do livro O Leitor, eu tive uma surpresa! Eu dou um picolé de manga pra quem descobrir o que estava sendo vendido junto com o livro!

Tic-tac! Tic-tac! Tic-tac! Tic-tac!

Tudo bem, eu não vou ficar esperando até amanhã pra continuar o post e não tem como eu mandar um picolé de manga pra quem reponder certo! Então, aí vai a resposta: junto com o livro estava sendo vendido um pacotinho de MM's! É, aquele chocolatezinho, redondinho, gostoso pra daná! Não acreditei muito quando eu vi a imagem pequenininha, mas foi só clicar que até a tabela nutricional veio! Não que eu nao goste de chocolate, mas imagina o estado em que ele vai chegar em nossas casas? A gente vai abrir a embalagem e encontrar uma pasta de chocolate e não bolinhas! Se a aposta das lojas for pegar o cliente pelo estômago, elas bem que poderiam vender DVD's com uma pipoca de microondas junto, né?

Selo

Ganhei um selo e tenho que passar pra mais seis pessoas, que são:



Exibam a imagem no blog de vcs!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Iguais em seus opostos

Algumas pessoas nasceram pra cantar, outras para fazer sapateado. Algumas têm a batalha ganha; outras ainda precisam aprender a engatilhar a arma. Uma certa porcentagem acredita em vida após a morte, mas 100% tem certeza de há morte após a vida.
Tem gente que nasceu pra apreciar o espetáculo, assim como tem gente que está aqui pra encenar. Há os que tocam piano e os que tocam corações; aqueles que trazem a vida ao mundo, e os que a forçam a ir. Há os escritores e os seresteiros, os filósofos e os físicos. Há quem saiba pintar um sorriso nos lábios com a mesma facilidade com que planta uma lágrima nos olhos.

Existem pessoas que fazem de um rabisco um desenho, e pessoas que fazem de uma pintura um fiasco. Há os poetas e há quem apenas aplaude e diz que está bonito. Há os incansáveis e os exaustos por natureza, os que crêem sem olhar e os que nem olhando acreditam. Alguns falam Alá, outros falam Deus, assim como há quem prefira Guaraná à Coca-Cola.
Nenhum menos importante que o outro, nenhum mais bem-aventurado. Todos igua
is apesar de seus opostos, enfeitando uma bola verde e azul que paira no meio do nada.





quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Desabafo...

Sabe quando vc se convence de que tudo o que faz se encaixa na categoria dos melhores, quando vc se inclui na classe mais alta? Por exemplo: vc diz que tal pessoa está gorda, acabada e trata tdo mundo mal, e semanas seguintes essa mesma pessoa aparece esbelta, linda e mais simpática do que nunca? Então, algumas pessoas chamam isso de 'pagar a língua'; já eu, diria que é 'enxergar a verdade que sempre existiu e que vc não queria aceitar, porque estava mto fascinado com as coisas que vc fazia', mais ou menos parecido com 'ego inflamado', sabe? E você, sem vergonha nenhuma, se esbanja, grita pro mundo com todo o ar de seus pulmões todos os elogios que já recebeu, só esperando que alguém bem intencionado te dê mais um... Pura ignorância, né? Ou egoísmo, como achar melhor... Só sei que nenhuma dessas coisas fazem bem, não importa o nome que elas tenham ou os que vão receber ao longo da vida. E de uma hora pra outra... BUM! Todos que tanto te atribuíram elogios começam a agir, tocar suas vidas pra frente, te esquecem por alguns segundos, começam a trabalhar em alguma coisa pra que elas também possam receber elogios, os mínimos que sejam. E você? Ha! Você pensa: "não é possivel que tal pessoa fez isso!". Na verdade, você quer dizer: "não acredito que ela vai se esquecer de mim!". Você se pergunta: pra onde vão meus elogios? Pra quem eu vou gritar todas as minhas qualidades? Quem vai dizer que eu sou a mlhor naquilo que eu faço? "Isso não está certo", você pensa. Até que então vem a parte difícil. Vem a hora que vc tem que reconhecer que existe mais gente que quer compatilhar a mesma felicidade que você tanto gosta de sentir, que tem tanta capacidade quanto você, que na fila do talento também tinha lugar pra mais pessoas. Que (imagina!) tem gente por aí que sabe fazer melhor do que você; é difícil se conformar, né? Dá aquela pontadinha de inveja, de sensação de jogo perdido, de ego rasgado, de... derrota. Talvez se nossos olhos não fossem virados pra dentro de nós mesmos, ou se o nosso foco não fosse tão estreito, as coisas poderiam ser diferentes ou pelo menos não tão difíceis de assimilar. Isso depende... Cada um é cada um... Cada um sabe o quanto a 'concorrência' o intimida; alguns continuam indo em frente de queixo e cabeça erguida, enquanto uns descobrem que ainda tem a capacidade de se redimir e pedir desculpas ao mundo por ter maltratado tanto seus tímpanos. E às vezes, ele te desculpa, outras vezes vc tem que ser um pouco mais persistente e construir uma imagem melhor, ou então, uma criatividade que seja só sua, uma nova identidade, algo novo que remeta somente ao seu modo de pensar. De verdade? Eu não sei como terminar esse post... Comecei a escrever ao som de "Love is the worth the fall" e já perdi a conta de quantas vezes essa música já repetiu só enquanto eu estou aqui 'brigando' com as teclas, maltratando meu teclado tentando mante o ritmo frenético dos meus dedos. Que seja! Acho que já escrevi um tanto bom; eu estava procurando um assunto pra postar e eis que aqui lhes publico um novo post! =) É isso! Beijos!

Blog de Ouro!


Há uns dias atrás recebi um selo de 'Blog de Ouro' de Daniel Filho. Fiquei me sentindo tão importante que vocês nem imaginam... ~.~
Entããão, estou postando sobre isso aqui - até porque faz parte da regra exibir a imagem do selo - e vou indicar mais quatro blogs pro selo, o que também faz parte das regras.


Agora, as regras:

1° - Exiba a imagem do selo "Blog de Ouro";
2° - Post o link do blog que te indicou;
3° - Indique 4 blogs de sua preferência;
4° - Avise seus indicados;
5° - Publique as regras;
6° - Confira se os blogs indicados passaram os selos e as regras.

Bom, gtn, é isso aí!
BeijooO! ;)