Até que ela se perguntou: "o que eu estou fazendo aqui?". Uma série de coisas levaram uma mente tranquila e satisfeita a um processo de descontentamento: a distância da família, os excessos do trabalho, a saudade do namorado. Tudo isso fez com que aquela mulher centrada e rígida como diamante desabasse. A vida não estava como ela queria: muito trabalho e pouco dinheiro, muito amor pra dar, mas quem ela realmente amava não estava tão perto.
Havia um tempo, ela se mudara de sua pacata cidade natal em função de seu emprego; dormia bem, comia e se vestia como queria, saía sempre que desse vontade. Podia até dizer que estava muito feliz com a nova vida. Mas a sensação de que faltava alguma coisa sempre esteve lá dentro dela, algumas vezes mais à mostra, outras vezes mais camuflada pelos boas conversar com os amigos, mas sempre lá.
Quando não viajava para ver os pais, passava o dia inteiro em casa, comia pudim de leite condensado com a colher, outras vezes almoçava cenoura e alface pra compensar as calorias do doce. Mas nem nesses momentos em que sua única companhia era ela mesma, ela se deixava abalar: até então ela se dava bem com a distância.
Até encontrar o seu atual namorado, nunca teve problemas com pretendentes: era bonita e elegante e tinha na cabeça que muitos gostariam de estar ao lado dela. Quando um relacionamento mal-sucedido terminava, não chorava, apenas erguia a cabeça e fingia que nada havia acontecido, afinal de contas, ela não demoraria a encontrar um outro alguém.
Muitos namoros começaram e acabaram, muitas idas à sua cidade aconteceram, conseguiu achar um namorado com quem ter algo mais duradouro. Tudo parecia estar bem, como sempre esteve. Mas, por dentro, uma erosão pessoal começou; ela não demonstrava, logicamente, mas a cada dia ela se sentia pior. Já não via mais graça em devorar pudins, não tinha ânimo para viajar mais. E num dia feio e com cara de chuva, antes do anoitecer e depois de já ter andado de um lado para o outro dentro de casa, ela se pergntou: "o que eu estou fazendo aqui?". E tomou um monte de decisões: pediu transferência para sua cidade, esperou as férias e voltou pro aconchego de casa, voltou pra ficar com a sua gente, com quem ela conhecia, voltou pros braços do seu namorado, voltou pra tentar ser feliz.
E deve ter conseguido. Não se arrepende de ter ficado tão longe, não se arrepende por ter sentido saudade por tanto tempo; agora ela está de volta, pra recomeçar e ver as coisas com outros olhos.
Havia um tempo, ela se mudara de sua pacata cidade natal em função de seu emprego; dormia bem, comia e se vestia como queria, saía sempre que desse vontade. Podia até dizer que estava muito feliz com a nova vida. Mas a sensação de que faltava alguma coisa sempre esteve lá dentro dela, algumas vezes mais à mostra, outras vezes mais camuflada pelos boas conversar com os amigos, mas sempre lá.
Quando não viajava para ver os pais, passava o dia inteiro em casa, comia pudim de leite condensado com a colher, outras vezes almoçava cenoura e alface pra compensar as calorias do doce. Mas nem nesses momentos em que sua única companhia era ela mesma, ela se deixava abalar: até então ela se dava bem com a distância.
Até encontrar o seu atual namorado, nunca teve problemas com pretendentes: era bonita e elegante e tinha na cabeça que muitos gostariam de estar ao lado dela. Quando um relacionamento mal-sucedido terminava, não chorava, apenas erguia a cabeça e fingia que nada havia acontecido, afinal de contas, ela não demoraria a encontrar um outro alguém.
Muitos namoros começaram e acabaram, muitas idas à sua cidade aconteceram, conseguiu achar um namorado com quem ter algo mais duradouro. Tudo parecia estar bem, como sempre esteve. Mas, por dentro, uma erosão pessoal começou; ela não demonstrava, logicamente, mas a cada dia ela se sentia pior. Já não via mais graça em devorar pudins, não tinha ânimo para viajar mais. E num dia feio e com cara de chuva, antes do anoitecer e depois de já ter andado de um lado para o outro dentro de casa, ela se pergntou: "o que eu estou fazendo aqui?". E tomou um monte de decisões: pediu transferência para sua cidade, esperou as férias e voltou pro aconchego de casa, voltou pra ficar com a sua gente, com quem ela conhecia, voltou pros braços do seu namorado, voltou pra tentar ser feliz.
E deve ter conseguido. Não se arrepende de ter ficado tão longe, não se arrepende por ter sentido saudade por tanto tempo; agora ela está de volta, pra recomeçar e ver as coisas com outros olhos.